Maior ameaça à ordem mundial 'desde a Guerra Fria': o alerta dos chefes da CIA e do MI6 em artigo conjunto inédito

Maior ameaça à ordem mundial 'desde a Guerra Fria': o alerta dos chefes da CIA e do MI6 em artigo conjunto inédito 


 

Imagem composta de Sir Richard Moore, chefe do MI6, um homem com cabelo curto e cinza escuro usando um terno com gravata vermelha, e William Burns, chefe da CIA, um homem com cabelo ondulado e cinza claro inclinado para a frente com o queixo apoiado na mão, com um microfone à sua frente.

Richard Moore, chefe do MI6, e William Burns, da CIA
  • Jemma Crew
  • Role, BBC News
  • Os líderes dos serviços de inteligência estrangeiros do Reino Unido, o MI6, e dos EUA, a CIA, alertaram que a ordem mundial internacional está "sob ameaça de uma forma que não vimos desde a Guerra Fria".

    Richard Moore e William Burns também disseram que os dois países estão unidos em "resistir a uma Rússia assertiva e à guerra de agressão de Putin na Ucrânia".

    Em um artigo conjunto inédito, os dois escreveram no jornal Financial Times que previram a guerra na Ucrânia e foram capazes de alertar a comunidade internacional, em parte ao desclassificar informações usadas para ajudar Kiev.

    Eles também mencionaram que há trabalhos sendo feitos para "interromper a campanha imprudente de sabotagem" da Rússia em toda a Europa, buscar a desescalada no conflito Israel-Gaza e para impedir o resurgimento do grupo terrorista Estado Islâmico (Isis).

    No artigo do Financial Times, Moore e Burns escreveram: "Não há dúvida de que a ordem mundial internacional – o sistema equilibrado que levou à relativa paz e estabilidade e proporcionou aumento dos padrões de vida, oportunidades e prosperidade – está sob ameaça de uma forma que não vimos desde a Guerra Fria."

    Eles acrescentaram que "combater com sucesso esse risco" está na base da relação especial entre o Reino Unido e os EUA.

    Uma das "ameaças sem precedentes" enfrentadas por ambos os países é a guerra na Ucrânia, que está em seu terceiro ano após a invasão russa em fevereiro de 2022. 

    Moore e Burns disseram que "manter o curso é mais vital do que nunca" quando se trata de apoiar a Ucrânia, acrescentando que o presidente russo Vladimir Putin "não terá sucesso".

    O conflito mostrou como a tecnologia pode alterar o curso da guerra e a necessidade de "adaptar, experimentar e inovar", disseram.

    Eles continuaram: "Além da Ucrânia, continuamos a trabalhar juntos para interromper a imprudente campanha de sabotagem em toda a Europa travada pela inteligência russa, e seu uso cínico da tecnologia para espalhar mentiras e desinformação destinadas a criar divisões entre nós."

    A dupla também fez sua primeira aparição pública conjunta em um evento do Financial Times em Londres, no sábado (7/9).

    Burns disse aos participantes que não vê evidências de que o controle de Putin sobre o poder na Rússia estivesse enfraquecendo, enquanto Richard afirmou: "Nunca confunda um controle firme com um controle estável."

    O fato de os serviços de inteligência russos estarem usando táticas criminosas para operações de sabotagem na Europa é um sinal de que estão "um pouco desesperados", disse o chefe do MI6.

    Os dois serviços de inteligência estrangeiros veem o crescimento da China como o principal desafio de inteligência e geopolítico do século.

    Eles reorganizaram seus serviços “para refletir essa prioridade”, disseram no artigo.

    A dupla também afirmou ter pressionado "fortemente" por contenção e desescalada no Oriente Médio e têm trabalhado "incessantemente” para garantir um cessar-fogo e um acordo de reféns entre Israel e Gaza.

    Burns, que tem sido central nos esforços de cessar-fogo, indicou no evento do Financial Times que pode haver uma proposta mais detalhada nos próximos dias.

    "Esta é, em última análise, uma questão de vontade política", disse ele, acrescentando que espera que ambos os líderes cheguem a um acordo.

    Já se passaram 11 meses desde que o Hamas atacou o sul de Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1,2 mil pessoas e fazendo outros 251 reféns. Mais de 40 mil pessoas foram mortas em Gaza desde então.

     

    fonte:bbc.com 

 

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