Chega ao Brasil quarto voo com repatriados trazidos do Líbano
Cerca de 3000 brasileiros que vivem em solo libanês, em conflito com Israel desde o dia 1º de outubro, aguardam para voltar ao país
O avião modelo KC-30 cedido pela Força Aérea Brasileira para repatriar brasileiros do Líbano (Força Aérea Brasileira/Divulgação)
Em meio a escalada de conflitos decorrentes da invasão do Líbano por Israel, chegou ao Brasil na manhã deste sábado, 12, o quarto voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com repatriados. O avião, que partiu de Lisboa, Portugal, na noite de ontem, chegou à Base Aérea de São Paulo, em Garulhos, trazendo 211 passageiros. De acordo com informações do Itamaraty, em torno de 3000 cidadãos brasileiros que vivem naquele país querem voltar ao Brasil.
Desde o início da Operação Raízes do Cedro, que tem a missão de resgatar repatriados daquele trecho do Oriente Médio, 885 pessoas já foram transportadas pela FAB. Em um comunicado divulgado esta semana pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo afirmou que continua em contato com brasileiros e familiares próximos, por intermédio da Embaixada do Brasil em Beirute. Atualmente, a comunidade de brasileiros no Líbano soma em torno de 21000 pessoas.
A intenção do governo brasileiro é resgatar todas as pessoas que demonstrarem interesse em retornar. A organização de outros voos, no entanto, de acordo com o governo, está condicionada às condições de segurança no terreno. “O governo brasileiro reitera o alerta para que todos sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para aqueles que disponham de recursos para tal, que procurem deixar o território libanês por meios próprios. O aeroporto de Beirute continua em operação, principalmente com voos regulares da companhia libanesa Middle Eastern Airlines”, disse o Itamaraty.
O primeiro voo da FAB trazendo brasileiros que vivem no país em conflito ocorreu no último domingo, 6, quando chegaram em Guarulhos 229 passageiros e três animais domésticos vindos de Beirute. A invasão do Líbano pelo Exército de Israel teve início no dia 1º de outubro, mirando o grupo Hezbollah. Apesar do governo israelense afirmar que os ataques aéreos têm como alvo a infraestrutura desta milícia, as autoridades libanesas já declararam que os conflitos já causaram a morte de cerca de 2000 civis (incluindo dezenas de crianças) e deixaram mais de 6000 feridos.
Na última terça, 8, as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram a expansão de “operações limitadas, localizadas e direcionadas” para o sudoeste do Líbano. Poucas horas depois do comunicado, integrantes do grupo lançaram o pior ataque contra a cidade de Haifa, terceiro maior centro urbano de Israel, com ao menos 105 mísseis. Parte deles foi interceptada pelas FDI. Para a ampliação das operações no Líbano, Israel destacou a 146ª Divisão, que antes operava ao Norte, como “parte das operações em andamento contra o Hezbollah”.